Um estudo produzido com profissionais brasileiros da área de Tecnologia da Informação (TI), que inclui a cibersegurança, apontou que, atualmente, o mercado requer trabalhadores que tenham habilidades técnicas, que estejam alinhados com a estratégia de negócios e sejam capazes de atuar ativamente em todas as áreas das empresas.
Dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) mostram que o macrossetor, que inclui TI, Telecom e profissionais de TI em outros setores, como a cibersegurança, emprega, atualmente, 2,05 milhões de profissionais ou 4% das vagas nacionais.
Em um cenário onde existe uma ruptura entre a demanda crescente de trabalho e a falta de profissionais capacitados em TI, saem em vantagem as empresas que oferecem modelos e benefícios atraentes aos candidatos. Essa é a conclusão do “Diagnóstico comportamental dos profissionais de TI: quais são os desafios, motivadores e o que buscam os executivos que atuam na área de Tecnologia”, produzido pelo Instituto IT Mídia.
Adriano Mano, sócio-diretor da ACCyber, destaca que o enfoque da empresa ao contratar um funcionário para atuar no segmento da cibersegurança são os valores que esse profissional carrega.
“Antes da estratégia, buscamos um fit cultural. Os valores essenciais para que esse profissional possa ser bem acolhido e assim se capacitar não apenas tecnicamente, como também por meio do desenvolvimento de soft skills. Uma vez que existe esse alinhamento cultural, a estratégia vai sendo absorvida, obedecendo uma curva de aprendizado natural”.
O processo seletivo da ACCyber começa na área de pessoas, que busca identificar os (as) candidatos (as) com os valores essenciais da empresa. Sendo aprovado (a), o (a) candidato (a) conversa com o gestor da área, que buscará identificar a capacitação técnica desse profissional. Segundo Mano, as principais habilidades que os profissionais de cibersegurança precisam ter para atuar na empresa são afinidade com a função, resiliência e boa comunicação.
Ainda conforme o diretor, a resiliência deve ser a principal habilidade do profissional de TI que atua com cibersegurança. “Em um contexto onde mais da metade dos profissionais de segurança ainda são punidos por erros ou falhas, esse profissional precisa fundamentalmente de boa e rápida capacidade de adaptação”, justifica o diretor.
O modus operandi vai ao encontro do que apontou a pesquisa da IT Mídia, que destaca que o bom ambiente de trabalho, o desenvolvimento profissional e reconhecimento são os aspectos que mais motivam os profissionais de TI hoje em dia. E são fatores intrinsecamente relacionados à cultura empresarial e ao modelo de gestão.
Com o setor de TI em constante transformação, demandando cada vez mais adaptação e aprendizado, dois a cada três profissionais dizem que ainda têm muito a aprender individualmente. A maioria se sente inspirado(a) pelo gestor ou reconhece suas habilidades técnicas.
Entre as principais habilidades comportamentais, as chamadas soft skills, que os profissionais de TI ainda precisam desenvolver estão:
- Gestão de produtos digitais (54%);
- Estratégia e negócios (46%);
- Liderança e influência social (43%).
“O mercado hoje procura profissionais que não tenham apenas habilidades técnicas, mas que estejam alinhados com a estratégia de negócios da companhia e atuem com influência em todas as áreas da organização”, resume o diagnóstico do Instituto IT Mídia.
Já entre as hard skills, as habilidades técnicas, necessitam investimentos os setores de UX/Designer, Machine Learning, Inteligência Artificial e Robotização/RPA. Na avaliação dos pesquisadores, este é um ponto de alerta para quem deseja ingressar neste mercado de trabalho, pois a transformação digital acelerada certamente vai demandar conhecimentos nestes temas e os profissionais precisam acelerar o desenvolvimento dessas habilidades.
Atualmente, a maior dificuldade das empresas do segmento está em reter bons profissionais. Na ACCyber o segredo está em manter os funcionários motivados. “Uma das melhores formas de se proteger é com talento profissional. Na ACCyber buscamos estar próximos à nossa equipe, investimos muito em sessões de relacionamento, feedback e capacitação profissional contínua”, comenta o diretor Adriano Mano.
Conclusão
O profissional de TI reconhece seu protagonismo no atual cenário e valoriza seu papel de forma única, inclusive no segmento de cibersegurança. Os gestores deverão levar muito a sério o tema para conseguir contratar e reter estes profissionais que estão ingressando no mercado e ocuparão cadeiras importantes num futuro próximo.